terça-feira, março 28, 2006

 

"As Intermitências da Morte"

Imagine um país com 10 milhões de pessoas onde não se morre. Toda a gente continua a envelhecer mas o momento fatal não acontece. Economia, política, igreja, são abanados por esse facto. Apenas alguns vêem nisso uma oportunidade de negócio, levando os quase mortos às fronteiras onde davam os passos para o descanso eterno noutro país, ficando as famílias, assim, mais aliviadas.
Mas, um dia, tudo voltou ao normal, sendo que agora as pessoas seriam avisadas com uma semana de antecedência, podendo assim preparar-se para a grande viagem.
Quando um dos avisos persistiu em voltar à precedência sem que se saiba muito bem porquê, a morte foi pessoalmente tratar do assunto. Humanizou-se e acabou descobrindo o amor, deixando a gadanha a fazer o seu trabalho.

(Acho que não foi mesmo por acaso que José Saramago ganhou o Nobel da Literatura)


João M.

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