segunda-feira, março 20, 2006

 

"Corou quando me pressentiu a intenção de fixar aquele momento num jeito de fotografia apaixonada de como quem a quer, sabe-o, para sempre. Incomodada pediu para que não fizesse aquilo, que nem sequer tinha dado um toque no cabelo e na blusa, que nunca ficava bem nas fotos. Insisti dizendo-lhe o quanto mais bela a sentia assim, sem pose nem artificio, sem representação. Cedeu contrariada, enfadada com o discurso, e esperando quieta alguns segundos disse-me - já está? e foi-se embora quase zangada com o sorriso que soltei perante a situação.
Ambos nos rimos hoje quando relembramos aquele momento.
Naquele tempo e naquele lugar já amanhecia entre nós um espaço de encontro onde o amor alcança o eterno. E ambos sabemos por senti-lo; da fugacidade do belo porque do todo; da infinitude do que é emoção e sentimento, da ilusão e do prazer num certo estar onde o tempo inexiste."


(Improviso sobre tela a óleo de Luis delgado- "mulher com vestido de xadrez" 92x73)


Rui

Comentários:
Gosto particularmente da camisinha.

luis.
 
As coisas que se vivem entre-existindo, ...

É por isso que entre-existir é bom.

A gente alarga-se, cresce ...

É por isso que entre-existir deveria constar de todos os dicionários.

Mas, não consta ...

Enfim, temos de saber viver com isso.

Pronto. O texto prolonga o vôo que a alma de pássaro do Luís criou.

Abraços

Croca
 
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