sábado, junho 10, 2006

 

O Café do Júlio

Era um belo adolescente
simpático e bem falante
gostava de toda a gente
nada tinha de pedante

Não gostava da escola
gostava de jogar à bola
de andar atrás das miúdas
das suas partes mais felpudas

Na carteira tinha um espelho
com um pente meio dentado
com jeito alisava o cabelo
o risco posto de lado

Não tinha futuro certo, o Zé
e quando tocou ao trabalho
foi para a esplanada do café

Fazia rodopiar as garrafas
rodopiava em bicos de pés
dava vida às maiores desgraças
aumentava o sabor dos cafés

Quando chegava a hora da dança
continuava com a sua transa
fazia uns passos de morte
e as cachopas davam-lhe sorte

Os dias eram cheios de graça
com vinho, cerveja e fumaça
e o viver a ninguém cansava
era tudo a curtir à brava

E era assim a vida do Zé
e com ele de toda a malta
na esplanada do café

in, teatro musical O Café do Júlio
poema de Luis Carlos
música de Rui Pais
ideia de Luis Carlos/Rui Pais
(este poema foi, e é, dedicado ao Zézinho Rita que embora já desaparecido, aqui e ali, ainda vai pairando entre nós).

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